Riscos do Diabetes

Cirurgião Bariátrico em Goiânia

O diabetes Mellitus (DM) é uma doença, caracterizado por um distúrbio metabólico, tem como implicação a hiperglicemia que é acarretada por falha na ação e/ou na secreção da insulina, dessa forma acarretam em alterações micro e macrovasculares que levam a disfunção, dano ou falência de vários órgãos  do corpo humano.1 O diabetes pode se subdividir em diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, outros tipos específicos de diabetes e diabetes gestacional.2 

A hiperglicemia crônica é descrita como fator primário para desencadeamento das complicações do DM.3,4 As complicações crônicas relacionadas ao DM são geralmente classificadas como microvasculares e incluem a retinopatia, nefropatia e neuropatia e também macrovasculares que engloba doença arterial  coronariana, doença cerebrovascular e vascular periférica, que são responsáveis por expressiva morbimortalidade e significativas taxas de mortalidade cardiovascular e renal, cegueira, além de perdas de função e amputação de membros. 5 

O DM não controlado pode acarretar em uma série de complicações, a longo prazo, como disfunção  e falência de diversos órgãos, em principal os rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. Assim,estudos  indicam fortes correlações entre a hiperglicemia crônica e o surgimento de cardiopatias. Estandoassociado, também ao aumento de mortalidade e ao alto risco de desenvolvimento de complicações micro e  macrovasculares, bem como de neuropatias.3,6 Nesse viés, o DM é etiologia de cegueira, insuficiência renal e amputação de membro, o que gera gastos expressivos em saúde, redução da capacidade de trabalho, além de diminuição de qualidade e expectativa de vida.7

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As complicações do DM podem ser classificadas em complicações agudas (cetoacidose, hipoglicemia e coma hiperosmolar) e crônicas (nefropatia, retinopatia e a neuropatia diabéticas). 

Complicações agudas do diabetes 

As complicações agudas do DM englobam a hipoglicemia, estado hiperglicêmico hiperosmolar, além da cetoacidose diabética, estas últimas caracterizam como importante problema de saúde pública, visto suas elevadas letalidades destas, cerca de 15 e 5% respectivamente.1 

Cetoacidose Diabética 

Acetoacidose diabética (CAD) é uma complicação aguda doDiabetesMellitus(DM) caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica, desidratação e cetose, na vigência de deficiência profunda de insulina. Acomete principalmente pacientes com DM tipo 1 e geralmente é precipitada por condições infecciosas, uso inadequado de insulina ou desconhecimento do diagnóstico de diabetes.8 A CAD se caracteriza como uma emergência endocrinológica e é potencialmente letal, com mortalidade em torno de 5%.5 

Em grande parte dos casos a CAD é desencadeada por fatores precipitantes identificáveis. As infecções (30-39%) e o abandono da terapêutica com insulina (21-49%) são as principais causas de descompensação do Diabetes Mellitus contribuindo para a ocorrência da CAD.9 Apesar de existirem inúmeros fatores já conhecidos associados ao desenvolvimento de CAD, algumas vezes essa complicação aguda ocorre sem que nenhum evento precipitante consiga ser evidenciado.8 

Os principaissintomassão: polidipsia, poliúria, enurese, hálito cetônico, fadiga, visão turva, náuseas e dor abdominal, além de vômitos, desidratação, hiperventilação e alterações do estado mental. O diagnóstico é realizado por hiperglicemia (glicemia maior de 250 mg/dl), cetonemia e acidose metabólica (pH <7,3 e bicarbonato <15 mEq/l). Essa condição ao se agravar, pode ser responsável por complicações como choque, distúrbio hidroeletrolítico, insuficiência renal, pneumonia de aspiração, síndrome de angústia respiratória do adulto e edema cerebral em crianças.10, 11 

Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica 

Esta síndrome define-se por uma hiperglicemia superior a 600 mg/dl associada a uma osmolaridade sérica superior a 320 mOsm/L, podendo ou não coexistir com cetoacidose (geralmente ligeira) e acidose láctica. 12 

Os principais fatores precipitantes são doenças agudas com AVC, IAM ou infecções (em especial a pneumonia) uso de glicocorticoides ou diuréticos, cirurgia, ou elevadas doses de glicose (por meio de nutrição enteral ou parenteral ou, ainda de diálise peritoneal).10, 11 

Os sintomas desenvolvem-se de forma mais lenta, com poliúria, perda de peso e diminuição da ingestão oral, culminando em alterações da consciência, que vão da letargia ao coma.12 

Hipoglicemia 

Hipoglicemia é a diminuição das taxas glicêmicas, podendo apresentar ou não sintomas, para valores abaixo de 70 mg/dl.2 Comumente, a diminuição dos níveis glicêmicos é responsável por manifestações e sintomas neuroglicopênicos como sudorese, tremores, incapacidade de se concentrar, confusão, boca seca,

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visão turva, fome, ansiedade, cefaleias e em casos mais severos convulsão e coma.12, 13 

Complicações crônicas do diabetes 

As complicações crônicas está presente na história natural do DM e são, em maior parte, decorrentes do controle inadequado, do tempo de evolução e de fatores genéticos da doença. As complicações crônicas  microvasculares incluem a nefropatia diabética, a retinopatia diabética e a neuropatia diabética. As  complicações crônicas macrovasculares, como o próprio nome diz, são resultantes de alterações nos grandes vasos e causam infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença vascular periférica e apesar de não serem específicas do diabetes, são mais graves em índividuos portadores da doença.14, 15 

Nefropatia diabética 

A nefropatia diabética (ND) é uma complicação microvascular do diabetes associada com morte prematura por uremia ou problemas cardiovasculares. É responsável por cerca da metade dos novos casos insuficiência renal em indivíduos em diálise, e também é associado a alta da mortalidade, em especial cardiovascular.16, 17 O estágio inicial da ND é a presença de pequenas quantidades de albumina na urina, essa condição é conhecida como microalbuminúria ou nefropatia incipiente. O estágio avançado caracteriza a nefropatia clínica (ou macroalbuminúria) e a fase terminal é a insuficiência renal. Indivíduos com ND apresentam outras condições crônicas associadas, como retinopatia diabética, doença macrovascular e hipertensão arterial sistêmica.15 

Retinopatia diabética 

A retinopatia diabética (RD) é a principal causa de novos casos de cegueira entre 20 e 74 anos.18 Tem maior prevalência em indivíduos com DM1 e tem forte relação com à duração do diabetes. Está presente em aproximadamente 25% dos indivíduos com DM1 após cinco anos do diagnóstico, aumentando para 60%, 80% e 100% após, respectivamente, 10, 15 e 20 anos.19 

A perda de acuidade visual é comum após dez anos de diagnóstico, acontecendo em 20% a 40% dos pacientes mais idosos. A retinopatia é assintomática nas suas fases iniciais, não sendo possível detectá-la sem a realização de fundoscopia.20 

Neuropatia diabética 

A neuropatia diabética é a complicação crônica mais frequente do diabetes e pode ser evidenciada no DM2 bem precocemente, muitas vezes no momento do diagnóstico, enquanto no DM1 aparece em cerca de cinco anos ou mais após o diagnóstico. Afeta entre 40% e 50% dos indivíduos com DM2.21 

Estudos apontam que a neuropatia diabética também ocorre quando há tolerância diminuída à glicose.22 A neuropatia diabética apresenta um agrupamento de alterações relacionadas ao envolvimento estrutural e funcional de fibras nervosas sensitivas, motoras e autonômicas, podendo estas ser reversíveis ou até permanentes. Clinicamente, manifestam-se de formas muito variáveis, desde síndromes dolorosas graves, agudas, secundárias a oscilações glicêmicas, até formas assintomáticas.15 

Doenças macrovasculares 

As complicações crônicas macrovasculares do DM, também chamadas de doenças cardiovasculares, atingem o coração como o infarto agudo do miocárdio, o cérebro como o acidente vascular cerebral e

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também os membros inferiores pela doença vascular periférica, e acometem tanto o paciente com DM2 como aquele com DM1.15 

Existem diversos mecanismos que participam do aumento do risco de doença macrovascular no diabético. A hiperglicemia é apenas um deles, como também estão envolvidos a hipertensão arterial, a dislipidemia e o fumo. Sendo que a hiperglicemia crônica se associa a risco aumentado de desfechos cardiovasculares e mortalidade por todas as causas no DM2, independentemente da presença de outros fatores de risco.23 

Pé Diabético 

O pé diabético é definido como um estado fisiopatológico multifacetado, caracterizado por lesões que surgem nos pés da pessoa portadora de diabetes e ocorrem em decorrência de neuropatia em 90% dos casos, de doença vascular periférica e de deformidades.24 Em geral, as lesões decorrem de trauma e comumente se complicam com gangrena e infecção, causadas por falhas no processo de cicatrização.25-27 

Dados do Grupo de Trabalho Internacional sobre Pé Diabético indicam que 40% a 60% de todas as amputações não traumáticas de membrosinferioressão realizadas em pacientes com diabetes e que, destas, 85% são precedidas por úlceras nos pés.28 

Após três anos de amputação de um membro inferior, a taxa de sobrevida do indivíduo é de 50%, enquanto, no período de cinco anos, a porcentagem de mortalidade é de 39% a 68%.29 

O Instituto Paulo Reis emerge como uma referência sólida e respeitável no cenário da saúde, com uma trajetória de mais de duas décadas dedicadas ao combate à obesidade e às complicações associadas, como o diabetes tipo 2. Fundado e liderado pelo renomado cirurgião bariátrico Dr. Paulo Reis, o instituto destaca-se por sua expertise e compromisso inabalável com a saúde e bem-estar dos pacientes.

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